A Rede Globo confirmou que William Bonner deixará a apresentação do Jornal Nacional no próximo dia 3 de novembro — data que também marca os 11 anos de Renata Vasconcellos na bancada do principal telejornal do país.
Aos 62 anos, que completa em novembro, Bonner encerra uma trajetória de quase três décadas no comando do JN, onde está desde 1996. O jornalista já vinha manifestando o desejo de desacelerar a rotina intensa e aproveitar mais a vida pessoal.
“O meu sonho é ter uma atividade bacana, relevante, que não demande tanto de mim, para que sobre pra mim uma coisa chamada tempo! Eu tenho dois filhos que moram fora do Brasil. Eu preciso de tempo”, afirmou em entrevista ao Conversa com Bial, em abril deste ano.
Com a mudança, Bonner passará a dividir a apresentação do Globo Repórter com Sandra Annenberg, gravando apenas um dia por semana.
Além de mais tempo com a família, o jornalista também busca paz e segurança emocional. Sua saída antes do ano eleitoral de 2026 não é por acaso: Bonner foi alvo de ataques e ameaças durante as últimas duas eleições presidenciais, tornando-se um símbolo da tensão política no país. Sofreu perseguições, intimidações e até fraudes envolvendo dados de familiares — inclusive de seus pais, já falecidos, que também foram alvo de insultos.
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“Eu ainda me assusto com a bile, com o ódio que escorre nas palavras. É um ódio tão intenso que a gente não sabe onde vai dar. E aí a gente vai para as ruas e assiste a essa mesma incivilidade”, desabafou Bonner.
Com a saída de um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, caberá agora a César Tralli assumir a responsabilidade de conduzir o Jornal Nacional. A troca de guarda marca o fim de uma era e o início de um novo ciclo.
Pela sua contribuição inestimável ao jornalismo, pela firme defesa da democracia e pela coragem diante de tempos turbulentos, William Bonner merece, mais do que nunca, descanso, tempo e reconhecimento.
Foto: Divulgação
